Os Problemas na Coleta Seletiva em Condomínios

Lello Recicla / Sustentabilidade

29.08.2018,

Por: admindev

Nestes anos trabalhando com gestão de resíduos em condomínios, percebo alguns gargalos para implementação da coleta seletiva e gostaria de dividir com vocês. A maioria dos síndicos que me contrataram até hoje, não acreditam na viabilidade do projeto com discursos como “No meu prédio eu tenho certeza que não funcionará”. Porque será que não funcionará? Tenho certeza que com planejamento, comunicação e treinamento o projeto irá ser efetivo.

Falta de planejamento

Para que um projeto de coleta seletiva seja um sucesso, o primeiro passo é fazer um bom planejamento como qualquer outro projeto. O material reciclável, em sua maioria, tem seu volume 10 vezes maior que o peso, portanto, é necessário um espaço para armazenar.

Em média, um apartamento com duas pessoas, produz um saco de 100 litros por semana de recicláveis e uma família de 4 pessoas, 200 litros. Com esses dados, você precisa ter certeza de quem coletará, e quantas vezes por semana.

Volume semanal de recicláveis.
Qual espaço tenho para armazenar.

Ex: Um prédio com 50 apartamentos com perfil de 2 pessoas por apartamento terá o volume médio semanal de recicláveis de 5.000 litros. No condomínio há um depósito para armazenamento de 3.000 litros.

Pelo exemplo, o condomínio tem 2.500 litros que não conseguiria armazenar.

Como solução, é necessário comprar dois contêineres de 1.000 litros, e se mesmo assim, não tiver espaço onde colocá-los, o prédio precisa de, pelo menos, duas coletas por semana para não criar acúmulo de recicláveis.

A coleta ainda é grande impasse para a reciclagem conseguir deslanchar no Brasil. Na cidade de São Paulo, são produzidos e coletados diariamente pela prefeitura, 17 mil toneladas de lixo sendo que somente 2% serão destinados para a reciclagem. Portanto, é melhor não depender da prefeitura. Contrate uma empresa qualificada ou uma cooperativa para retirada.

Esqueça a ideia do passado, que os recicláveis gerarão renda ao seu condomínio. Continuar batendo nessa tecla pode ser um fator que impeça a realização do projeto em seu condomínio.

Falta de comunicação

Para complementar os dois outros pontos comentados, outro aspecto muito importante para o sucesso do projeto de Coleta seletiva é uma comunicação vasta e objetiva, que complementará e reforçar o planejamento e o treinamento.

Entenda que um prédio é idêntico a uma empresa ou qualquer outra organização. Sem comunicação, nada funciona. As pessoas não entendem os motivos e os esforços empregados no processo vão por água abaixo, ainda mais, em um tema relativamente novo para as pessoas.

É importante divulgar a todos envolvidos no processo, (moradores, funcionarias domésticas e funcionários do condomínio) e em todos os meio possíveis (cartas, web site do condomínio, Facebook, e-mail, quadro de aviso, elevadores).

Um detalhe importante é para a objetividade da comunicação. Coloque comunicados com pouco texto (dois parágrafos no máximo com fonte número 12) e, pelo menos, uma imagem.

Três comunicações são fundamentais para o processo

• Início da coleta seletiva: Avisando a todos que o processo irá se iniciar no condomínio mostrando datas de treinamento, coleta, investimentos necessários para o processo.

• Procedimentos: Comunicar todos os procedimentos definidos para o processo. Se o condomínio for retirar as lixeiras dos andares por ordem da vistoria dos bombeiros, comunicar onde os moradores terão que levar os recicláveis.

• Resultados: Uma comunicação que parece que não é importante, mas faz toda a diferença é a que mostre os resultados do processo, informando a todos para onde os recicláveis estão sendo destinados, a quem estão beneficiando e etc. Isso tudo para motivar e mostrar que o trabalho e esforço de todos não foi em vão. Com essa comunicação, muitos que não haviam aderido ao projeto, começam a participar.

Treinamentos

Pela minha experiência com Gestão de Resíduos predial, vejo que a grande maioria das pessoas querem fazer a reciclagem porém, por ser um tema muito novo, muitas pessoas não sabem como fazer a separação dos recicláveis, e não é um informativo de papel no elevador que vai explicar tudo.

O lixo é responsabilidade de todos. Portanto, é necessário um treinamento presencial com todos os envolvidos no processo, funcionários do condomínio, funcionárias domésticas e moradores.

Com os moradores é melhor aplicar no período noturno vendo que a maioria chega do trabalho ou dos estudos a partir das 19:00. Com as funcionárias domésticas e funcionários do condomínio, o treinamento é mais efetivo no período matutino.

O que informar no treinamento?

Seja objetivo, a maioria das pessoas já sabe que o lixo é um dos maiores problemas ambientais e precisa ser destinado corretamente. Foque em como fazer, e não no por que.

Não é necessário fazer a separação em lixeiras coloridas já que 99,9 % das empresas, cooperativas ou até mesmo a prefeitura, que forem coletar no condomínio, coletarão todos recicláveis juntos e somente depois, a cooperativa fará a triagem mais detalhada por tipo de material. O modelo mais correto para a separação em condomínios são somente dois coletores, um para Recicláveis e outro para Não recicláveis.

É necessário limpar os recicláveis sim: Os recicláveis são como qualquer outra matéria prima que irá ser vendida. Se sujar, ela desvaloriza. Outro motivo fazer a limpeza é agilidade e higiene do processo. Lembre-se que esse reciclável será armazenado em seu prédio, e se conter alimentos e outros rejeitos, atrairá insetos e animais.

Tudo é reciclável, nem tudo é reciclado. A reciclagem é uma indústria, e varia muito de lugar para lugar. A embalagem é reciclável na cidade de São Paulo porque existe a tecnologia, porém em Londres não. Separe o que a empresa ou cooperativa coletará, não adianta levar em consideração o que a mídia diz, se adapte com sua realidade.

O isopor é um caso que a mídia, às vezes coloca que é um material reciclável, o que de fato ele é. Porém, há pouquíssimos lugares que recebem esse material então a probabilidade de ele ser reciclado é pequena.

Recicláveis

Papel, Vidro, Metal, Plástico, Embalagem longa vida (Tetrapak).

Não recicláveis e orgânicos

Resíduos infectantes, guardanapo, entulho, restos de comida, madeira, papel higiênico sujo e isopor.

Para saber mais sobre a reciclagem em condomínios, conheça o Instituto Muda, desde 2007 promovendo práticas sustentáveis nos condomínios residenciais da cidade de São Paulo através da Gestão de Resíduos. Clique e confira!

 

A Lello é a maior administradora da vida em comum no Brasil, responsável pela gestão de cerca de mais de três mil empreendimentos na Capital paulista, ABC, Campinas, Jundiaí, Piracicaba e no litoral do Estado. Existem hoje cerca de um milhão de pessoas que vivem em locais administrados pela Lello. Sempre a procura de como a tecnologia pode melhorar e facilitar a vida em comum, a Lello tem uma séria de iniciativas pioneiras que está alterando a forma como as pessoas enxergam suas comunidades.

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